A primeira coisa que me perguntei ao ler aquele texto tão esclarecedor foi se o Sol contrata pessoas que tenham o grau académico inferior ao 6º ano, altura a partir da qual presumo que se ouça falar na escola acerca do domínio romano e dos seus costumes. Se a memória não me engana, a homossexualidade já nessa altura existia e, segundo os entendidos, não era recriminada. Mas, sem ser este facto histórico, existem outros que não serão aqui mencionados com vista a não alongar em demasia este texto.
Em segundo lugar perguntei-me: "Mas ainda existe alguém neste país que pense assim e que o defenda com tanta segurança, sem qualquer "se" associado?". Um pensamento antiquado, homofóbico, descontextualizado... Realmente não é a primeira pessoa que mostra uma certa repugnância e nojo quando se toca neste assunto, mas daí a trazer a público um mote deste tipo ou se deveu a um pedido da direcção para aumentar o número de leitores ou o excelentíssimo encontrava-se completamente inconsciente que é crime por lei fazer o que fez ou ainda porque está a precisar de olhar para outro local para além do seu umbigo.
Acho impressionante como alguém pode fazer juízos de valor deste tipo, apenas por movimentos de mãos e de cabeça. Acrescento ainda que alguém devia explicar ao Sr.José que se começarmos automaticamente por atacar um tema delicado ninguém vai dar como plausível a nossa teoria, apesar de ser óptimo como marketing. O tipo de comparações que foram publicadas revelaram-se desnecessárias, sem fundamentado e precipitadas.
Adorei ainda o facto de não lhe bastar atacar a homossexualidade, mas também o uso do preto associado muitas vezes ao movimento gótico. Pergunto-lhe Sr. José Saraiva: Já reparou que o que está a fazer com este texto é tentar manter e atrasar o nosso país? Já reparou que o que está a fazer é marcar uma posição também ela radical e de forma errada face a um assunto tal como apontou o dedo aos jovens de o fazer?
No entanto, concordo num ponto ligeiro: existe naturalmente numa sociedade indivíduos que mostram a sua contestação de formas erradas (apesar de eu não achar que a homossexualidade tenha esse fim) e que são altamente hipócritas quanto a determinados assuntos. Tal é totalmente visível com o documento que criou e que a editora permitiu que fosse publicado (sim, estou chocada e revoltada que algo assim saia para as bancas).
Entretanto, em conversa com um colega, cheguei à conclusão que gostaria realmente de estar com este senhor frente-a-frente e perguntar-lhe o que ele acha que eu sou: homo, hetero ou bi. Será que acertaria?